1. |
Alba
03:04
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agora
nesta aurora
de madrugada
vamos embora
muda que levanta o pó
já vem a alba, menina
que muda, já vem o dia
de manhã cedo
alborada
vamos sem medo
de madrugada
ouve que não estás só
já vem a alba, menina
que ouve, já vem o dia
cheg'ó dia
está na hora
muda agora
já nesta aurora
dança que detém a sede
já vem a alba, menina
que dança, já vem o dia
nasce que cresce que muda
já vem a alba e o dia
que medra à luz de ora.
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2. |
Verdade
03:30
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homem árvore esquisito
à procura da verdade
sente o cheiro da cidade
rebola na solidão
dá de caras com o breu
que eleva o medo ao céu
onde encontra o respirar
mais puro do seu pulmão
homem árvore esquisito
à procura da verdade
encontraste a liberdade
dando ao medo a tua mão
a verdade
é que a cabeça é árvore com raiz no coração
a verdade
é que o coração arde queira a cabeça ou não
a verdade
é que toda a árvore é palco de ilusão
a verdade
é que a raiz acolhe o que foge à razão
a verdade
está metade na cabeça e toda no coração.
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3. |
Gota d'Água
03:15
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Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.
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4. |
Marinheiro
03:35
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À espera mais uma vez, que volte
Farol da madrugada, o Norte
Quanto mais tentas a sorte
quanto mais o mar te abraça.
Carinhos e enleios trespassa
Em vagas de murmúrios arrasa
Agora o luar se dissipa
e sabes que vai ser azul
O dia em que o mar não devolve
O dia em que o barco não volta
Sabes que o amor não vingou
Sabes que o mar o levou.
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5. |
Mão
03:20
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6. |
Água
04:20
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Ai, como eu te queria toda de violetas
E flébil de cetim...
Teus dedos longos, de marfim,
Que os sombreassem jóias pretas...
E tão febril e delicada
Que não pudesses dar um passo -
Sonhando estrelas, transtornada,
Com estampas de cor no regaço...
Queria-te nua e friorenta,
Aconchegando-te em zibelinas -
Sonolenta,
Ruiva de éteres e morfinas...
Ah! que as tuas nostalgias fôssem guisos de prata -
Teus frenesis, lantejoulas;
E os ócios em que estiolas,
Luar que se desbarata...
Teus beijos, queria-os de tule,
Transparecendo carmim -
Os teus espasmos, de seda...
- Água fria e clara numa noite azul,
Água, devia ser o teu amor por mim...
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7. |
11
03:24
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8. |
Canção 6
04:50
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Se passares pelo adro
No dia do meu enterro,
Dize à terra que não coma
Os anéis do meu cabelo.
Já não digo que viesses
Cobrir de rosas meu rosto,
Ou que num choro dissesses
A qualquer do teu desgosto;
Nem te lembro que beijasses
Meu corpo delgado e belo,
Mas que sempre me guardasses
Os anéis do meu cabelo.
Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo;
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.
Se a minha voz conseguisse
Dissuadir essa frieza
E a tua boca sorrisse!
Mas sóbria por natureza
Não a posso renovar
E o brilho vai-se perdendo...
- Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.
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9. |
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De não saber o que me espera
Tirei a sorte à minha guerra
Recolhi sombras onde vira
Luzes de orvalho ao meio-dia
Vítima de só haver vaga
Entre uma mó e uma espada
Mas que maneira bicuda
De ir à guerra sem ajuda
Viemos pelo sol nascente
Vingamos a madrugada
Mas não encontramos nada
Sol e água sol e água
De linhas tortas havia
Um pouco de maresia
Mas quem vencer esta meta
Que diga se a linha é recta
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10. |
Paxaro
05:41
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O paxaro cando neva
mete o rabo na silveira
Assim faz o ruim moço
quando non há quem o queira
Passei por a tua porta
e mirei pelo ferrolho
A porca da tua nai
meteu-me um pau pelo um olho
Chamaste-me manzanilha
Erva que o gado non come
Mais vale ser manzanilha
que mulher de ruim home
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11. |
EnTruces
03:59
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Lá em baixo vem o entrudo
De gordo não pode andar
Que comeu um burro russo
entre o almoço e o jantar
Ó entrudo, ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Tu não deixas assentar
as meninas ao solheiro
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12. |
Mezinha
04:00
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Já lá vai alta a lua
Uivos ecoam no fojo
Lamentos na noite escuro
Moinhos de cardo roxo
Lá longe num cabecinho
Onde moravam três tigres
Todo o bicho ri e dança
Não há alegre sem triste
A maleita leve os ratos
que me roeram os livros
onde estudava cantigas
A maleita leve os ratos
e os dentes às formigas
que me roeram os livros
Ouviu-se piar um mocho
No alto de um campanário
Negro sinal de quem tem
De cumprir o seu fadário
Já lá vai o sol nascente
Por entre as nuvens sombrias
Como o sol há-de ser velho
Nascendo ele todos os dias
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13. |
Xico-Xica
02:23
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Xica e Xico, Xico e Xica, Xica e Xico
Normal
Xica e Xica, Xico e Xico, Xica e Xica
Cristal
Xica Xica, Xico Xico, Xica Xica
Açucar
Xica Xica, Xico Xico, Xica Xica
Chocolate
Toma-lo Todo, Toma-lo Xico, Toma-lo Todo, Toma-lo Quita
Banana
Toma-lo Todo, Toma-lo Xica, Toma-lo Todo, Toma-lo Quita
Chantily
Fresquinho, borboleta, carinho, coração
Transar a Liberdade, foder a opressão
Mi muero, mi vida, mi muero de saudad
Ti quiero corazon, ai que muero de berdad
Ai que te quiero Xico, mi Xico Xiquitito
Ai que te quiero Xica, mi Xica Xiquitita
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14. |
Carvalho Grande
04:41
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- Esta história que vamos contar
- Do Carvalho Grande
- Do Carvalho Grande
- Árvore, vila, vida, terra, gente, povo, mundo
- Temos de a partilhar
- Porque ela é nossa
- Vossa
- Temos de a partilhar
- Porque ela é nossa
- Vossa
- Venham!
Temos um tesouro lindo
que está entre nós
Escondido, guardado
porque estamos sós
Vem daí ó António
Vem daí ó Zulmira
Precisamos de todos
P'ra fazer um novo dia
Neste Raio de Mundo
Neste Mundo Incrível
Temos um tesouro lindo
que está entre nós
Se olharmos pelos outros
já não estamos sós
Já passamos tanto
Já amamos tanto
Já tanto trabalhamos
Nesta terra que é de todos
E que tem de mudar
P'ra ser mais justa e sã
E nós mais felizes
Num melhor amanhã!
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Bugalhos Porto, Portugal
Os Bugalhos nasceram no Porto em 2015.
Animistas, humanistas, reais.
Compõem música alternativa de expressão portuguesa; misturam poesia autoral com ritmos tradicionais; histórias próximas do imaginário popular com melodias originais.
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